Ouvir a terra
10 DE fevereiro DE 2023
Voz, corpo e movimento se unem na Oficina Canção-Assentamento: terra, território e terreiro, realizada de 7 a 16 de fevereiro na BSP, pela atriz, cantora e escritora Juliana Amaral. As aulas contextualizam o conceito da Terra a partir de três eixos: a terra como direito de uso, como força sagrada (terreiro) e como lugar de reconhecimento (Território).
No primeiro eixo, Juliana aborda a ideia de deslocamento pela terra e as problemáticas da colonização do Brasil, que criou um projeto de país racista, misógino, intolerante e altamente preconceituoso. “Nossa colonização foi forjada pela violência. Violência contra os povos originários, contra os negros escravizados, contra as mulheres, contra os pobres, contra todas as pessoas consideradas fora dos padrões instituídos pelos colonizadores europeus.” Opressão que teve forte impacto na mobilidade dos corpos. “O corpo é parte da nossa visão de mundo, ele recebe o mundo e trabalha a partir de si, por isso, precisamos ler o mundo de outra maneira e sempre desconfiar de nossas certezas”, explica a professora.
O segundo eixo é a vocalidade, que tem como foco a desconstrução da ideia de que o canto é algo centrado na cabeça, uma vez que a sonoridade é gerada por diferentes partes do corpo, tendo sua origem no assoalho pélvico. “A voz requer a movimentação de vários grupos musculares, infelizmente a violência com que fomos organizados como sociedade fez com a gente fosse pouco a pouco parando de movimentar o nosso corpo. Hoje 95% das pessoas são cindidas”, observa Juliana. Algo extremamente controverso, já que nossa memória é essencialmente corporal.
A canção entra no terceiro eixo, mostrando que a música tem uma forte relação com a voz, a palavra e o lugar de pertencimento das pessoas. São várias canções abordam o assunto, entrelaçando a temática da terra não só como lugar afetivo de estar, mas também de lugar sagrado e lugar de posse.
Como exercício da primeira oficina, os participantes analisaram letra e música da canção assentamento, de Chico Buarque. Assista ao vídeo pelo link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=jDLjFJh1zPM
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