Um novo olhar sobre a Semana de Arte Moderna
16 DE dezembro DE 2021
A proposta da oficina A Semana de Arte Moderna por Outros Caminhos, proferida pela professora de literatura brasileira da Unifesp, Mirhiane Mendes de Abreu, nos dias 7, 8, 9 e 10 de dezembro, foi refletir sobre a construção dos mitos em torno da Semana de Arte Moderna de 1922. A partir de textos publicados em revistas literárias da época, como a Klaxon e a Madrugada, e também nas correspondências de Mário de Andrade trocadas com outros escritores, como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, foi possível traçar como se deu a formação da imagem em torno do movimento.
Na primeira aula, Mirhiane falou sobre a programação e os preparativos para a realização da Semana de Arte de Moderna, que, a princípio, seria um evento simples realizado em uma livraria. Com a chegada do patrocínio dos integrantes da elite cafeeira paulista, o movimento cresceu, passou de um para três dias e mudou para o Theatro Municipal de São Paulo. Apesar do envolvimento da alta sociedade nos preparativos os artistas não foram poupados das vaias e das críticas.
No segundo dia, os alunos viram como se deu a relação dos modernistas brasileiros com a vanguarda cultural europeia, especialmente no que diz respeito ao Manifesto Futurista escrito pelo poeta italiano Fillippo Tommaso Marinetti. “O Mário de Andrade não queria essa proximidade com o futurismo e foi um dos grandes defensores do nome modernista para o nosso movimento, discordando inclusive de Oswald de Andrade”, explica a professora.
O terceiro dia foi reservado para analisar a imagem de Portugal dentro do modernismo, lembrando que o movimento aconteceu no ano do centenário da Independência do Brasil. Entre os achados, pode-se dizer os brasileiros foram extremamente lusofóbicos, trazendo à tona as mazelas da colonização e evitando as associações com país.
No último encontro, Mihriane trouxe a visão de Portugal sobre o movimento, analisando os textos da Orpheu, primeira revista do modernismo português. Sobre as comemorações da Semana de Arte Moderna, a serem realizadas no próximo ano, a professora reafirmou a importância da celebração, porém sempre de forma crítica e sem ser subserviente ao movimento.
Para o encerramento da sua palestra, Mirhiane convidou a docente de literatura portuguesa da Universidade Federal de Minas Gerais, Raquel Madanêlo Sousa. Na apresentação, a professora mostrou sua pesquisa sobre o modernismo brasileiro nas revistas de literatura de Portugal, como Orpheu, A Águia, Contemporânea e Seara Nova. O resultado revelou que o movimento foi totalmente ignorado pelos escritores portugueses.
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